Este artigo visa a examinar a estreita relação entre a antropologia filosófica e a filosofia da arte em Susanne Langer. Uma vez que tais âmbitos se sustentam, no pensamento langeriano, sobre uma preocupação epistemológica e semântica, refletiremos inicialmente qual seria a resposta da filósofa à pergunta kantiana “O que posso conhecer?”, vinculada a nossas possibilidades de articulação de significados. Na sequência, abordaremos a distinção entre nossos dois dispositivos básicos para gerar e manejar significados: os signos e os símbolos, classificados, por (...) sua vez, em símbolos discursivos e apresentativos. Por fim, investigaremos a especificidade das obras de arte como símbolos apresentativos, de modo a explicitar conceitos como sentimento, expressão, autoexpressão, abstração e inefabilidade, que, fundamentais à estética langeriana, repercutem na questão dos limites da expressividade e do conhecimento humanos. Ao longo desse percurso, verificaremos como Langer nos permite estender e aprofundar nossa autocompreensão a partir do reconhecimento do artístico. (shrink)

No começo havia Saussure, mais ou menos daí parte nossa história. Para serpreciso, ela começa muito antes – talvez tenha de fato “desde sempre” começado –, maspedimos licença para tomar como nosso ponto de partida provisório essa dóxa de algummodo duvidosa de nossos tempos.O giro saussuriano tem, obviamente, muito a ver com a voz. Se tomarmos, comseriedade, a natureza negativa do signo linguístico, seu valor puramente diferencial eopositivo, então a voz – como o terreno supostamente natural da fala, sua substânciaaparentemente (...) positiva, seu firme substrato – deve ser colocada em questão. A voz deveser descartada com cuidado como fonte de uma blindagem imaginária que tem, até estemomento, impedido a linguística de descobrir as determinações estruturais quepossibilitam a espinhosa transubstanciação da voz em signo linguístico. A voz é oobstáculo do qual teríamos de nos livrar a fim de dar início a uma nova ciência dalinguagem. (shrink)

Autora: Susanne Katherina Langer Tradução: Clovis Salgado Gontijo Oliveira Obra: LANGER, Susanne Katherina. The Lord of Creation. Fortune Magazine, v. 30. P. 127-154. 1944. O senhor da Criação Resumo: Neste artigo, publicado pela revista Fortune em 1944, a filósofa estadunidense Susanne K. Langer retoma temas fundamentais de sua obra mais célebre, Filosofia em nova chave, cuja primeira edição data de 1942. Em linguagem acessível destinada a público não especializado, a autora sintetiza sua concepção antropológica, visitando questões como (...) a especificidade de nossa mentalidade; a distinção entre os signos e os símbolos, assim como entre as esferas do real e do possível; a transformação simbólica; a essência da linguagem; a relevância de formas articuladas não discursivas para a expressão e a cognição humanas; a conexão entre a razão e a loucura. Para além de uma mera síntese, Langer relaciona, de modo sagaz e oportuno, tais aspectos ao período de guerra no qual escreveu este artigo, ao observar, como sintoma da crise cultural de então, a perda de referências simbólicas e a substituição dos antigos símbolos (míticos e religiosos) por aquele do nacionalismo. Palavras-chave: Expressão; Signo; Símbolo; Linguagem; Crise da Cultura The Lord of Creation Abstract: The American philosopher Susanne K. Langer reviews, in this article, published by Fortune Magazine in 1944, some fundamental themes of her most renowned work, Philosophy in a New Key, firstly edited in 1942. The author sums up her anthropological conception, through an accessible language intended to a general public, examining topics such as the specific trait of our mentality; the distinction between signs and symbols, as well as between the domains of the real and the possible; symbolic transformation; the essence of language; the importance of non-discursive articulate forms for human expression and cognition; the relationship between reason and lunacy. In addition to that synthesis, Langer relates those aspects, in an insightful and opportune way, to the war period when this article was written, observing, as a symptom of the cultural crisis of that time, the loss of symbolic references and the substitution of the old symbols (mythical and religious) for the one of nationalism. Keywords: Expression; Sign; Symbol; Language; Crisis of Culture El Señor de la Creación Resumen: En este artículo, publicado por la revista Fortune en 1944, la filósofa estadounidense Susanne K. Langer reanuda temas fundamentales de su más célebre obra, Nueva clave de la filosofía, cuya primera edición data de 1942. Por medio de un lenguaje accesible destinado a un público no especializado, la autora sintetiza su concepción antropológica, examinando cuestiones como la especificidad de nuestra mentalidad; la distinción entre los signos y los símbolos, así como entre los campos de lo real y de lo posible; la transformación simbólica; la esencia del lenguaje; el importante rol de las formas articuladas no discursivas para la expresión y la cognición humanas; la conexión entre razón y locura. Más que una mera síntesis, Langer relaciona esos aspectos de modo agudo y oportuno, al período de guerra en el cual escribió este artículo, al observar, como síntoma de la crisis cultural de entonces, la pérdida de referencias simbólicas y la sustitución de los antiguos símbolos (míticos y religiosos) por aquel del nacionalismo. Palabras clave: Expresión; Signo; Símbolo; Lenguaje; Crisis de la Cultura Data de registro: 28/10/2022 Data de aceite: 01/02/2023. (shrink)

A mística, embora implique certa relação com o suprassensível, apresenta traços fenomenológicos comuns com a experiência sensível do belo e com a criação artística. Este artigo pretende examinar as imprecisas fronteiras entre a mística e a estética a partir de três autores do século XX, estudiosos de Plotino: Evelyn Underhill, Vladimir Jankélévitch e Juan David García Bacca. Primeiramente, será analisado o estatuto da sensibilidade, da beleza e da arte na espiritualidade de Underhill. Em seguida, será verificado de que modo o (...) campo da inefabilidade, ressaltado ao longo da obra de Jankélévitch e, em particular, em sua estética musical, garante a aproximação entre as duas áreas. Em terceiro lugar, será investigada a confluência do caminho místico e do caminho da Beleza na leitura feita por García Bacca do itinerário, prescrito por Plotino, rumo ao Transcendente. A título de conclusão, serão destacados pontos de convergência e de divergência entre os autores. Palavras-chave: Beleza. Arte. Inefabilidade. Transcendente. Neopla¬tonismo. (shrink)

Ainda que sejam muitos os momentos em que o Direito se deixa influenciar pelos valores, existe hoje uma convicção de que os processos de aplicação do Direito resultam de processos racionais. Acredita-se que o aplicador do direito é influenciado pelos argumentos das partes, e constrói sua decisão racionalmente. Todavia, novas descobertas da Neurociência e da Psicologia Moral mostram que muitos desses julgamentos morais, que inevitavelmente influenciam os julgamentos jurídicos, são feitos de forma inconsciente e não-racional. Quando formados, esses julgamentos são (...) imunes a argumentos racionais contrários. Por meio de revisão bibliográfica, discutem-se neste trabalho algumas decorrências dessas novas descobertas para o Direito. Entre elas, a possibilidade de reforçar o treinamento filosófico mais aprofundado no curso de formação de juristas, ou no curso de formação de magistrados, tornando essas pessoas mais permeáveis a argumentos contrários às suas próprias convicções morais. E ainda, a limitação do mandato dos Ministros dos Tribunais Superiores, com o objetivo de evitar que a jurisprudência se atrele à convicção moral de uns poucos juristas por longos períodos de tempo. (shrink)

Neste artigo, ponderamos sobre a concepção educativa de Hugo de São Vítor exposta em sua obra pedagógica _Didascalicon de Studio Legendi _e temos como objetivo compreender o uso da leitura como meio de desenvolvimento do intelecto humano._ _Situados em um período de mudanças importantes para o ocidente medieval, os escritos do autor indicam, aos seus discípulos, os elementos fundamentais para se conquistar o bom estudo. Baseando-nos no conceito de longa duração, examinamos, neste trabalho, alguns aspectos educacionais-sociais importantes para a formação (...) humana contemporânea, já que a História Social nos faz compreender que presente e passado se interligam por meio de características que nos tornam humanos: a memória e os comportamentos que geram civilidade. Em nossa análise do texto, observamos que a _Sapientia_ é considerada, para o autor, como a meta principal da jornada de um estudante e, para ser possível alcançá-la, é necessário que se faça o uso adequado da Filosofia e da Ciência. Essas, por sua vez, quando amparadas pela memória, poderiam proporcionar redução do embrutecimento existente na sociedade e exercitar a amizade do ser humano com seu Criador. A escolha de um bom método de estudo e o uso da vontade também marcam esta concepção educativa medieval, que se destacou por promover a transição do modo de leitura monástico para o escolástico. _Didascalicon_ também é conhecido como um texto que transcendeu a cópia de conteúdo –– prática comum à época –– no qual seu autor expressa, de forma escrita, suas ideias (embebidas de influências agostinianas), e que busca instruir àqueles que procuram o caminho para alcançar a _Sapientia_ –– na qual habita a forma do bem perfeito. (shrink)

La noción de interpretación desarrollada en el racionalismo crítico de Karl R. Popper muestra atributos específicos que la distinguen de modo sustancial de la interpretación constitutiva de la experiencia que tanto N. R. Hanson como Th. Kuhn defienden en sus respectivas propuestas. Se muestra que la interpretación del modelo popperia-no queda atrapada en una epistemología de corte empirista que la separa de modo radical de toda hermenéutica filosófica.

O objetivo deste texto é analisar o problema da tese da dependência da filosofia política em relação à filosofia natural no pensamento de Hobbes, apresentando alguns argumentos que evidenciam a dificuldade de conceber as teses políticas como sendo derivadas unicamente das premissas fundamentais do movimento. O texto inicia abordando o problema da relação entre filosofia natural e filosofia civil com o intuito de indicar elementos para sustentar o questionamento da tese da unidade entre as partes da filosofia. Na sequência, analisamos (...) os conceitos de lei, obrigação e autoridade objetivando mostrar que a filosofia política de Hobbes incorpora outros elementos que não são derivados da física, mas, neste caso específico, advindos da tradição jurídica. Por fim, mostraremos um sentido especificamente negativo da influência da filosofia natural na política, a saber, o combate às exigências de poder político por parte do clero que será estruturado em torno da interdição da possibilidade das doutrinas das essências separadas da escolástica. (shrink)

Este trabalho tem como objetivo tratar do papel da imaginação na filosofia política de Hobbes. Argumentamos que a reflexão de Hobbes sobre a imaginação conduz à distinção fundamental para sua filosofia política entre prudência e razão. A instituição da soberania consiste justamente na superação da dimensão da prudência através da razão. Assim, a filosofia política de Hobbes envolve a substituição de uma esfera de relações de poder, o plano da imaginação, por uma esfera de relações de direito no estado civil, (...) o plano da razão. (shrink)

Partindo de um descontentamento com o pensamento hegemônico no campo da educação, buscamos Deleuze para soprar novos ventos. Ele, no ABCDário, apresenta alguns comentários sobre sua experiência discente e docente. A partir destes aspectos destacados por ele, sobretudo quando a sua experiência docente, podemos repensar alguns lugares comuns na maioria dos discursos pedagógicos. Seu pensamento nos permite pensar novas categorias para tratar da educação e permite pensar uma docência nômade.

El ensayo explora los principios básicos y los supuestos teóricos del socialismo raizal propuesto por el sociólogo colombiano Orlando Fals Borda. Este socialismo es presentado como una propuesta enraizada en la Investigación Acción Participativa, haciendo énfasis en su origen en las experiencias históricas revolucionarias de los pueblos originarios y diversos sectores populares de América Latina. Igualmente, se resalta su contenido popular, humanista, democrático y epistémico. El ensayo también explora sus acercamientos y sus diferencias con el pensamiento de Marx.

Resumo Palavras-chave: : Keywords : Literacy. Written language. Children The work discusses the results of a longitudinal research, which lasted for two years, aiming at investigating how children aged between five and six years old, studying at a children education institution, appropriate themselves with the written language. It uses the instrumental or the historical-genetic method, elaborated by Vygotski (1997) and collaborators, in order to study the development of superior psychological functions. The results indicate: a) children acknowledge the mnemonic function or (...) the register one before realizing the alphabetical character of writing; b) the way written language is worked by teachers have an effect/ influence the processes of written appropriation; c) there are development ways of the written language in children that are not considered unique and linear, but are dependable of learning. Alfabetização. Escrita. Crianças. : Este trabalho discute os resultados de uma pesquisa de caráter longitudinal, que teve dois anos de duração, cujo objetivo foi investigar como crianças com idades entre 5 e 6 anos, matriculadas em uma instituição de Educação Infantil, se apropriam da linguagem escrita. Utiliza o método instrumental ou histórico-genético, elaborado por Vygotski (1997) e seus colaboradores, para estudar o desenvolvimento das funções psicológicas superiores. Os resultados da pesquisa indicaram que: a) as crianças compreendem a função mnemônica ou de registro antes de terem o domínio do caráter alfabético da escrita; b) os modos como as professoras trabalham a linguagem escrita afetam/ influenciam os processos de apropriação da escrita; c) existem percursos de desenvolvimento da linguagem escrita nas crianças que não são únicos e lineares, mas que dependem das aprendizagens. (shrink)

We show that ZF + DC + “all Turing invariant sets of reals have the perfect set property” implies that all sets of reals have the perfect set property. We also show that this result generalizes to all countable analytic equivalence relations.

En el marco de la reflexión sobre las relaciones entre ética y política como dimensiones de la experiencia humana y de la vida en común, se presenta una aproximación comparativa a la noción de democracia del filósofo estadounidense John Dewey y la del neozapatismo mexicano. Se señalan algunos puntos de encuentro entre estas nociones, principalmente, la consideración de la democracia como forma de vida comunitaria, como ethos, no sólo como forma de gobierno, y la afirmación de la coexistencia entre lo (...) diverso, en distintas escalas, como condición de la democracia —el pluralismo en Dewey y el pluriversalismo en el neozapatismo—. Se indican también importantes diferencias como el énfasis en el desarrollo de las potencialidades humanas individuales presente sólo en Dewey, y la historicidad y las relaciones de poder que contempla la noción de democracia de los neozapatistas, a diferencia de la de Dewey. El texto afirma la posible fecundidad del diálogo entre distintas tradiciones de pensamiento para la comprensión de la democracia en un sentido más radical, en el que se imbriquen ética y política. (shrink)

RESUMENAl analizar si Ludwig Wittgenstein mantiene una posición fundamentalista en Sobre la certeza, suele discutirse si la citada obra se adapta al modelo de fundamentalismo propuesto por Avrum Stroll. Tras exponer las líneas básicas de dicho modelo, en esta nota se mantiene que Sobre la certeza no se adapta al modelo de Stroll debido al importante papel que Wittgenstein concede al contextualismo. Además, se añade que Wittgenstein no puede ser calificado de fundamentalista porque no reconoce ninguna propiedad que, sin tener (...) en cuenta la diversidad de casos particulares, permita justificar de forma conjunta todas nuestras creencias básicas.PALABRAS CLAVEWITTGENSTEIN, FUNDAMENTALISMO, CONTEXTUALISMO, CERTEZAABSTRACTDid Wittgenstein hold a foundationalist position in On Certainty? When this question is tackled, it is often discussed, whether On Certainty fits in the foundationalist model devised by Avrum Stroll. After expounding the main lines of this model, I hold that On Certainty does not fit in Stroll’s model, because of the important role Wittgenstein attaches to contextualism. Furthermore, I add that Wittgenstein cannot be seen as a foundationalist –or a coherentist–, because he does not admit any feature in virtue of which the whole of our basic beliefs are justified without considering circumstances at all.KEYWORDSWITTGENSTEIN, CERTAINTY, FOUNDATIONALISM, CONTEXTUALISM. (shrink)

What kind of argument is acceptable for this or that interpretation when the text is a court’s opinion? There is plenty of discussion about literary, constitutional, and statutory interpretation. Is it acceptable to import their tenets or theories to the interpretation of court opinions? This paper goes over the leading views on literary, constitutional, and statutory interpretation to compare them with the needs of the court opinions’ interpretation. The author argues that one must interpret court opinions according to the pragmatic (...) model and endeavor to understand the meaning the judge intended for the text. (shrink)

My starting point is what I call the Normative Authority Conception of justification, where S is justified in their belief that p at t (to some degree n) if and only if their believing that p at t is not ruled out by epistemic norms that have normative authority over S at t. With this in mind, this paper develops an account of doxastic justification by first developing an account of the normative authority of epistemic norms. Drawing from work in (...) political philosophy, I argue that (a) the cognitive and evaluative commitments and concerns behind our actual practices of holding each other and ourselves accountable for our beliefs reveal which epistemic norms we have consented to be under, and that (b) it is because we have consented to be under the authority of these norms – by actually holding ourselves and others accountable to them – that they in turn have normative authority over us. By connecting the authority of epistemic norms to the authority we have over ourselves in this way, the resulting account of doxastic justification (i) explains why it can be appropriate to criticize, resent, or sanction someone for having unjustified beliefs, (ii) avoids the phenomena of normative alienation and normative parochialism, and (iii) respects the social and collective nature of epistemic justification. (shrink)

Enterprise Risk Management and security have become a fundamental part of Enterprise Architecture, so several frameworks and modeling languages have been designed to support the activities associated with these areas. Archi- Mate’s Risk and Security Overlay is one of such proposals, endorsed by The Open Group. We investigate the capabilities of the proposed security-related con- structs in ArchiMate with regard to the necessities of enterprise security modeling. Our analysis relies on a well-founded reference ontology of security to uncover ambiguity, missing (...) modeling elements, and other deficiencies of the security mod- eling capabilities in ArchiMate. Based on this ontologically-founded analysis, we propose a redesign of security aspects of ArchiMate to overcome its original limitations. (shrink)

Les dénudations dans les images médiévales sont souvent associées au régime de la preuve dans un cadre juridique. Les Cent nouvelles nouvelles, recueil rédigé en Bourgogne dans les années 1450, présente un cas singulier de dénudation (nouvelle 45) dont il existe une image dans un manuscrit conservé à Glasgow. Une lavandière transgenre, Mme Marguerite, est accusée de relations sexuelles avec une jeune fille et exposée semi-dénudée sur la place du marché de Rome pour dévoiler son pénis. L’article compare ce cas (...) à d’autres occurrences de procès de personnes transgenres ayant trait à des questions de sexualité. Il compare également ce cas à un fabliau et à une nouvelle de Boccace dans lesquels se posent des questions de transition de genre et de sexualité illégitime. Le cas de Mme Marguerite apparaît comme l’un des jalons d’une histoire longue de la dénudation forcée des personnes transgenres. (shrink)

This article presents the stance taken by José Ortega y Gasset in the debate that took place in early-twentieth-century Spain regarding the convenience of reading Don Quixote in schools. To this end, we start by describing, albeit briefly, the state of Ortega y Gasset’s thought in 1920, when he writes Biología y pedagogía, the essay with which we shall concern ourselves. According to Ortega y Gasset, Don Quixote must not be read in the classroom because it does not contribute to (...) the development of the students’ spontaneous life, or natura naturans. In order to foster this development, Ortega y Gasset suggests leaving Don Quixote aside and resort to myths such as Odysseus or Heracles because their exploits would excite the students’ vital pulse. However, we suggest several reasons why the aim stated by Ortega y Gasset —and several other highly valuable educational benefits— could be reached resorting to the reading of selected passages of Don Quixote instead of the feats of Odysseus and Heracles. (shrink)

Este trabalho analisa o surgimento da Pós-Graduação stricto sensu no Rio Grande do Sul a partir de material bibliográfico e documental. O foco da análise centra-se, inicialmente, no primeiro Curso de Mestrado em Educação criado em 1970, na UFSM resultante de um Convênio com a Organização dos Estados Americanos – OEA. A análise abrange o período do Convênio 1970/1977 e o período pós-convênio de 1977 aos dias atuais. Num segundo momento é analisada a expansão da pós-graduação em educação no Rio (...) Grande do Sul tanto nas universidades públicas como privadas, deflagrada pela criação dos Cursos de Mestrado da UFRGS e da PUC de Porto Alegre em 1972. (shrink)

What I call the Doxastic Puzzle, is the impression that while each of these claims seems true, at least one of them must be false: (a) Claims of the form ‘S ought to have doxastic attitude D towards p at t’ are sometimes true at t, (b) If Φ-ing at t is not within S’s effective control at t, then it is false, at t, that ‘S ought to Φ at t’, (c) For all S, p, and t, having doxastic (...) attitude D towards p at t is not within S’s effective control at t. All three natural replies to the puzzle have been pursued. Some have claimed that doxastic attitudes like believing that p are, in fact, within our effective control, or sufficiently so. Others have claimed that doxastic ought-claims, strictly speaking, are always false. And some have denied that effective control is required for the adequacy of doxastic ought-claims in general. I here pursue and examine a different strategy. In the first part of this paper, I argue that these claims are not only each true but actually not in tension with each other in the first place. Instead of attempting to dispel the puzzle, this solution proposes to evade it instead: to solve it by properly understanding, and by thereby accepting without contradiction, all of its constitutive claims. In the second part of the paper, I argue that the evasive strategy forces us to re-think our understanding of the place of normative reasons in epistemology. More exactly, it seems to come at the cost of one central way of thinking about our reasons for having doxastic attitudes, one where such reasons are good-standing exemplars of normative reasons in general. The evasive strategy, that is, threatens to lead us very quickly to a deflationary picture of epistemic normativity: it rescues normative talk, but sacrifices normative substance. I conclude by explaining why I think this is more consequential than some have made it out to be, and by suggesting that these consequences are welcome nonetheless. (shrink)

Um alinhamento responsável à alguma versão do naturalismo filosófico requer a articulação explicita e cuidadosa de um argumento em sua defesa. Em quatro passos, o texto que segue abaixo expande e examina a validade de um argumento que é frequentemente rascunhado em favor do naturalismo. Como veremos, contudo, a versão do naturalismo que esse argumento nos permite é um pouco diferente dos naturalismos filosóficos mais populares.

La humanidad evolucionó durante milenios para desarrollar unas características biológicas, culturales, cognitivas y simbólicas comunes, que han posibilitado la expansión de nuestra especie por toda la Tierra y el desarrollo cultural y tecnológico de nuestra era. En este artículo exploramos someramente las ideas del ser humano, proyecciones simbólicas de lo que hemos aspirado a ser, y nos concentramos en la idea moderna autopoiética o de autotransformación, que en nuestro tiempo está postulando la necesidad y posibilidad de una transmutación radical de (...) nuestra especie mediante las bio y neuro tecnologías, generando lo que se denomina «antropotecnologías». El transhumanismo o movimiento de automutación radical de la especie humana nos conducirá, probablemente, a un objetivo que alterará la historia de la humanidad y que, por tanto, debe ser revisado y evaluado desde una perspectiva filosófica y ética por sus profundas consecuencias. (shrink)

RESUMENLas nanotecnologías constituyen actualmente elsector másinnovador y desafiante en el desarrollo tecnocientífico-industrial. Dado que nuestrastecnociencias no son capaces de crearsistemas que sean tanto o más consistentes, más estables y autosustentables que los sistemas naturales, son necesarias e indispensables la supervisión y la regulación prudencial y precautoria de sus efectos y consecuencias, esperadas e inesperadas, mediante un debate público con amplia participación democrática. La nanoética es una forma de poner en acción una racionalidad colectiva prudencial que, en vistas del alcance omniabarcador (...) de las nanotecnologías, tiene que ser construida a partir de principios éticos de alcance global y debe tener un carácter prospectivo.PALABRAS CLAVENANOTECNOLOGÍA, REGULACIÓN, RIESGO TECNOLÓGICO, NANOÉTICAABSTRACTNowadays nanotechnologies constitute the most innovative and challenging sector in technoscientific-industrial development. Our technosciences aren’t capable of generating equally or more consistent stable and self-sufficient systems than natural systems. Therefore, supervision together with reasonable and precautionary regulation of their effects and consequences -being these expected or unexpected-, in the form of public debate with ample democratic participation proves to be necessary. Nanoethics is a way of starting a reasonable collective rationality movement which, in view of the all-containing span of nanotechnologies, must be constructed from ethic principles that have a global reach and must as well have a prospective character.KEYWORDSNANOTECHNOLOGY, REGULATION, TECHNOLOGICAL RISK, NANOETHICS. (shrink)

Parmi les scènes de dénudations médiévales dramatiques, les plus frappantes sont celles dans lesquelles un personnage transgenre est mise à nu publiquement de vivo ou post-mortem. Cet événement, qui apparaît dans les images et les textes durant toute la période médiévale, entraîne une réassignation de la personne à son genre de naissance. On en trouve dans les vies de saints comme dans la littérature chevaleresque ; cette dénudation a longtemps été lue comme le topos de la révélation d’un sec...

Blaise de Sebaste est représenté sur une page du manuscrit des Heures de Louis de Savoie (1445-11460, BNF Latin 9473, folio 176v.). Il apparaît comme le saint qui prêche aux bêtes sauvages, longtemps avant François d’Assise, et à qui une femme et un loup apportent des offrandes. Certains éléments de sa proximité avec les bêtes et les femmes (ensemble ou séparément) proviennent de la légende, d’autres permettent de questionner plus généralement les relations entre genre et espèce dans le christianisme médiéval. (...) Les espèces animales étaient, depuis Augustin, divisées en domestiques et sauvages, mais paradoxalement, les premières étaient pensées comme antérieures aux secondes. C’est la chute, provoquée par une femme, qui provoqua l’ensauvagement des paisibles espèces compagnes que Dieu avait confiées à l’humain. La vie de Blaise indique la voie de domination à suivre pour les hommes : reprendre conjointement la maîtrise sur les bêtes et les femmes. (shrink)

Emmanuel Beaubatie vient poser la question brûlante de la sociologie des parcours transgenres en adoptant une perspective originale : son ouvrage articule genre et classe sociale de manière à penser ce que représente le fait de « devenir » un homme (une ascension sociale) ou une femme (une déchéance sociale). Un des apports de l’ouvrage est de s’appuyer sur le féminisme matérialiste de Christine Delphy (L’ennemi principal, 1999) et l’irréductible inégalité des rapports de sexe pour analyser e...

En dialogue avec Isabelle Stengers, Vinciane Despret interroge depuis de nombreuses années la manière dont se construit la pensée scientifique et ce que les femmes et les hommes font à leurs objets d’études (Les faiseuses d’histoire. Que font les femmes à la pensée?, 2011). Ses recherches ont « rencontré » la pensée de Donna Haraway, au sens où cette dernière pensait les rencontres scientifiques et interspécifiques comme productrices de connaissance (Penser avec Donna Haraway, 2012). Habiter...

In Risk Management, security issues arise from complex relations among objects and agents, their capabilities and vulnerabilities, the events they are involved in, and the value and risk they ensue to the stakeholders at hand. Further, there are patterns involving these relations that crosscut many domains, ranging from information security to public safety. Understanding and forming a shared conceptualization and vocabulary about these notions and their relations is fundamental for modeling the corresponding scenarios, so that proper security countermeasures can be (...) devised. Ontologies are instruments developed to address these conceptual clarification and terminological systematization issues. Over the years, several ontologies have been proposed in Risk Management and Security Engineering. However, as shown in recent literature, they fall short in many respects, including generality and expressivity - the latter impacting on their interoperability with related models. We propose a Reference Ontology for Security Engineering (ROSE) from a Risk Treatment perspective. Our proposal leverages on two existing Reference Ontologies: the Common Ontology of Value and Risk and a Reference Ontology of Prevention, both of which are grounded on the Unified Foundational Ontology (UFO). ROSE is employed for modeling and analysing some cases, in particular providing clarification to the semantically overloaded notion of Security Mechanism. (shrink)

In the graphical representation of ontologies, it is customary to use graph theory as the representational background. We claim here that the standard graph-based approach has a number of limitations. We focus here on a problem in the graph-based representation of ontologies in complex domains such as biomedical, engineering and manufacturing: lack of mereotopological representation. Based on such limitation, we proposed a diagrammatic way to represent an entity’s structure and various forms of mereotopological relationships between the entities.

The objective of this work is to reflect on the usual and the unusual, based on Friedrich Nietzsche's perspective on the opposition between the pathos of distance or nobility and the ethos from the point of view of utility. In order to do so, an analysis of selected excerpts from Nietzsche's works is carried out, mainly On the genealogy of morality and Beyond Good and Evil. According to Nietzsche, there is no ethos, but only pathos, being the ethos, affirmed by (...) asceticism, only a strategy, a cunning and deceitful invention for the conservation of a precarious way of life. It is this ethos that forges and fixes ascetic values that represent the usual, by inverting values from the point of view of the resentful human's utility. Based on this Nietzschean perspective, we seek to reflect on the unusual as an active impulse that characterizes the noble-type pathos of distance, and the usual as a reactive impulse that characterizes the éthos from the point of view of utility. (shrink)

The objective of this work is to present Ludwig Wittgenstein's perspective on the impossibility of the existence of philosophical problems, to then reflect on the implications of such a perspective based on Popper's thought. For that, Wittgenstein's perspective, as exposed in his work Tractatus logico-philosophicus, is contrasted with Karl Popper's perspective presented in “The nature of philosophical problems and their scientific roots” (in Conjectures and refutations). The example of the problem faced by Kant in his work Critique of pure reason (...) will also be considered for the analysis of Wittgenstein's argument. According to Wittgenstein, philosophical problems are pseudo-problems because they have no solution. However, despite admitting the existence of pseudo-problems, Popper argues that factual, logical, or hybrid problems, under certain circumstances, can be philosophical. Thus, the aim is to contrast these two perspectives in order to emphasize how not all philosophical problems are pseudo-problems. (shrink)